TACALHE
(1943 - 2012)
Biographie
Alírio Vicente Silva, alias Tacalhe (anagramme de Calheta), est né le 27 avril 1943 à Calheta, à São Miguel, sur l'île de Santiago, et meurt le 22 décembre 2012.
Il est marié et a eu 2 enfants.
A partir de 1968, il vit à Lisbonne où il étudie le Droit à l'Univeristé. Par la suite il devient fonctionnaire gouvernemental dès 1975, en tant que Secrétaire du Premier Ministre. De 1978 à 1980, il est Directeur des affaires consulaires et de l'émigration.
Après quoi, il occupe des postes de diplômates, en particulier comme représentant permanent du Cap Vert aux Nations Unis à Vienne (UNOV), en mars 2002, ainsi qu'à l'Organisation du développement industriel de l'ONU (UNIDO) et à la Commission préparatoire pour la Comprehensive Nuclear-Test-Ban Treaty Organisation (CTBTO), mais aussi Consul Général à Boston, aux USA, chargé d'affaires dans les ambassades de l'ex-URSS ou des Pays-Bas, et encore ambassadeur en Angola, permanent à Vienne et ambassadeur non résident en Suède. Directeur général des affaires consulaires et des communautés au Ministère des Affaires étrangères, il devient Ministre des dites affaires étrangères de 1996 à 1999 (web).
Il parle le portugais, le français et l'anglais.
Il occupe le siège n° 39C des Patronos / Imortais da Academia Cabo-verdiana de Letras, fondée en 2013.
Oeuvres littéraires
Tacalhe collabore aux périodiques Voz di povo (Praia), Raízes, Presença crioula / Presença cabo-verdiana (Lisbonne), Morabeza (Rio de Janeiro) ou encore Nos Vida (Hollande).
Il publie un recueil de poésie en 1997 intitulé sobrement Poemas.
Comme écrivain de renom, il co-occupe le siège n° 39 des Patronos / Imortais da Academia cabo-verdiana de Letras, fondée le 25 septembre 2013 (web)
EMIGRANTE
Tudo trazíamos no corpo
Véstia tecida de gritos
das rosicleres iguais
Nas manhãs encalhadas
Presos lemes
De rumo emigrante
Corpos passeamos
Nas brancas cidades
De almas ausentes
Passageiros anónimos
De nomes iguais
Eramos brilhos nos olhos rancores
Dos carros eléctricos
Preto
Porco
Puxa!
Navalhas que cortam
Feridas mais fundas
Nos homens figuras
De sangue encolhido
Ventres
Homens
Esfaqueados
Negras viagens de fome
Em letras de imprensa
Notícia mais gorda
De raiva de nojo.
Lisboa, 20/06/1972
Presença crioula, n° 10 (1973)
JUSTICA
Com justiça
Ou sem ela
Se é esta
Vossa justiça
Matarei sim
A fome que trago nos olhos
Com justiça
Ou sem ela
Se é esta
Vossa justiça
Não é este
O justo crime
Cometido por mim
Com justiça
Ou sem ela
Justiçada as coisas
Também a mim chamaram homem
Lisboa, 1972
Reino de Caliban I, 1988, p. 251-252
Bibliographie
Oeuvres
- Poemas de Tachalhe, Praia: Movimento pró-cultura, 1997, pag. var.
Périodiques
- "Relembrando Padre Pio (Viena 22/01/2007)", A semana, ano XVI, n° 789 (02/02/2007), p. 21 (web)
- "Djabraba de Sãozinha ou Sãozinha canta Eugénio Tavares", Novo jornal Cabo Verde, ano II, n° 136 (1994), p. 11
- "Partir", Fragmentos: revista de letras, artes e cultura, ano IV, n° 7-8 (12/1991), p. 61
- "Emigrante", Farol: voz da comunidade caboverdeana nos E.U.A., vol. 2, n°1 (12/1989), p. 13 (web)
- Raízes, ano I, n° 4 (10-12/1977), p. 82-85
- "Se"
- "Futilema"
- "Girasol cativo"
- Raízes, ano I, n° 1 (01-04/1977):
- "O último grito", p. 79-80
- "Alma sepulcra", p. 80-81
- "2 poemas por Tacalhe: os flagelados da sorte na ilusão da terra alheia", Voz di povo, ano II, n° 68 (1976), p. 9
- "Poema distante para crioula", Voz di povo , n° 64 (10/1976), p. 9
- "Mulher corpo de lume", Voz di povo (Praia), n° 28 (02/1976), p. 6
- "Canto alegre para Amílcar Cabral", Nôs vida: publicação mensal da Associação cabo-verdiana (Holanda), n° n/a (07/1975), p. n/a
Recueils collectifs - Anthologies - Autres
- (IT) "Emigrante", in Roberto Francavilla / Maria R. Turano (ed.), Isole di poesia: antologia di poeti capoverdiani, Lecce: Argo, 04/1999, p. 111-112
- Luís Romano (ed.), Contravento. Antologia bilingue de poesia cabo-verdiana, Taunton (MA / USA): Atlantis Publishers, 1982:
- "Sonho di minino / Sonho de menino", p. 12-15
- "Nha terra / Minha terra", p. 16-17
- "Fidjo tchon / Filho nativo", p. 18-19
- Mário de Andrade (ed.), Antologia temática da poesia africana (vol. II: O canto armado), Lisboa: Sá da Costa, 1979:
- "Se", p. 150
- "S.O.S. imediato!", p. 151
- "Bandeira rubra", p. 152-153
- "Canto alegre para Amílcar Cabral", p. 173-174
- Manuel Fereira (ed.), No reino de Caliban: antologia panorãmica da poesia africana de expressão portuguesa (vol. I: Cabo Verde / Guinée-Bissau), Lisboa: Seara Nova, 1975 (3a ed. 1988):
- "Emigrante", p. 257 (1988, p. 251)
- "Justiça", p. 257-258 (1988, p. 251-252)
- "Lar", p. 258 (1988, p. 252)
- "E nem me digam...", p. 258 (1988, p. 252)
Etudes critiques
- Ondina Ferreira, "A proposito dos Trinta poemas de amor e um soneto - ou a sinfonia poética de Tacalhe", coral-vermelho.blogspot.com, 11/02/2014, en ligne (web)
- Oliveira Tavares ?, "Alírio Vicente Silva, o homem e o poeta", 15/09/2013, en ligne (web)
- "Familiares amigos e diplomatas rendem última homenagem á Alírio Vicente Silva", rtc.cv, 29/12/2012, en ligne (web)
- Eurídice Monteiro, "Tacalhe, na hora de bai", Palmanhã em Pasárgada, 23/12/2012, en ligne (web)
- "New Permanent representative of Cape Verde presents Credentials", UNIS/BIO/638, 1/03/2002, en ligne (web)
- Helena M.R.A. Costa Toipa, "Tacalhe", in Biblos. Enciclopédia VERBO das literaturas de língua portuguesa, Lisboa: Editorial Verbo, 1995, vol. 5, col. 260 (web)
- anonyme, "2 poemas por Tacalhe: os flagelados da sorte na ilusão da terra alheia", Voz di povo, ano II, n° 68 (1976), p. 9
- Pedro Gregório, "Uma análise interpretativa do "Poema para crioula" sobre Tacalhe", n/a