Kaká BARBOZA
(1947 - 2020)
Biographie
Carlos Alberto Lopes Barbosa, alias Kaká Barbosa, est né en 1947 sur l'île de São Vicente et meurt le 1er mai 2020, à Praia (web).
Il passe cependant son enfance sur l'île de Santiago, à Assomada.
Véritable touche à tout artistique, il est tout à la fois musicien, compositeur, poète, conteur...
Il a même été député lors des VIe et VIIe législatures.
Il reçoit la Médaille du mérite à l'occasion du 30e anniversaire de l'indépendance nationale des mains du Premier ministre José Maria Neves, et la "1a classe da Medalha do Vulcão" remise par le Président de la République Pedro Pires.
Oeuvres littéraires
Outre plusieurs recueils de poésie ou de contes, en créole ou en portugais, Kaká Barbosa collabore avec des périodiques capverdiens. Il utilise aussi le pseudonyme Albely Bakar.
Il est un des membres co-fondateurs du Movimento pró-cultura, ainsi que membre et co-fondateur du Conseil d'administration de la Sociedade cabo-verdiana de autores (SOCA). Il a une vie très active dans le monde de la culture capverdien.
Par ailleurs, il anime un blog sur le web: Son di virason.
DEBATE
Está-se a vender o país!
É jorra e não vale nada.
Está-se a corroer a raiz!
É democrança instalada.
Está-se a comer no lixo!
É pão que ficou na toalha.
Está-se a virar mais rico!
É sorte de quem trabalha.
Está-se a perder a matriz!
É o rei quem impõe a marca.
Está-se a castigar o infeliz!
É a lei que jamais se engana.
Está-se a comer tudo isto!
É o conselho quem decreta.
Está-se a cair no abismo!
É o povo quem mais ordena.
O que é que nunca se diz?
Que tudo está uma "cagada".
Sabia que o infeliz vira feliz
Quando se revolta e ataca?
Destino de bai, 2008, p. 58
KATINARA
No seio dos teus olhos flúem lavas
Colorando o céu da tua tez morena
Na viola jóia da tua ventura díspar
A gota se apagou o cristal enlevou
De terno teus lábios pareciam vagas
Altas tatuadas de canções de serena
Suspiros de espuma rolantes do mar
Uma concha que na praia desabafou
Eras um navio na vela duma oração
A singrar suave a sul dentro de mim
As milhas de uma melífera sedução
O meu sofrido desejo grande assim
Era um vazio porto de doída canção
Onde as vagas vagiam bem mansim
Destino de bai, 2008, p. 60
Bibliographie
Oeuvres
- Descantes da minha ribeira: estórias e contos, Praia: Livraria Pedro Cardoso, 2019, n/a p.
- Caminhos cantantes: terra eleita, Praia: Livraria Pedro Cardoso, 03/2018, 75 p., 24 cm.
- Gaveta branca: a luz e a voz, Praia: AEC Editora, 2014, 78 p., 21 cm.
- Cântico às tradições: contos e estórias de Ponte Esquina, Praia: ASA livre, 05/2004, 93 p.
- Konfison na finata, Praia: Artiletra, 09/2003, 81 p., 22 cm.
- Albely Bakar, Chão Terra Maiamo (poesia), Praia: IBNL, 2001, 41 p., 21 cm. (coll. Poesia)
- Son di ViraSon: poesia, Praia: Spleen Edições, 10/1996, 91 p., 22 cm.
- Vinti sintidu letrádu na kriolu: son di nôs eransa son di ravoluçon, Praia: ICL, 1984, 65 p., 21 cm.
Périodiques
- "De risos e lágrimas de Vera Duarte", Leitura: revista da Livraria Pedro Cardoso, n° 3 (07-09/2018), p. 6
- "O salão de quarentena", Artiletra: JORE / Jornal revista de educação, ciência e cultura, ano XXVII, n° 145-146 (10-11/2017), p. 20
- "Eu, o espelho e a metafora", Artiletra: JORE / Jornal revista de educação, ciência e cultura, ano XXVII, n° 143-144 (07-08/2017), p. 2
- "O exilado de Azágua", Artiletra: JORE / Jornal revista de educação, ciência e cultura, ano XXVI, n° 141-142 (12/2016 - 01/2017), p. 3
- "Fogo d'África é pujança e declive", Artiletra: JORE / Jornal revista de educação, ciência e cultura, ano XXV, n° 140 (12/2016), p. 23
- "A Osga Rosa", Artiletra: JORE / Jornal revista de educação, ciência e cultura, ano XXV, n° 138-139 (10-11/2016), p. 5
- "Três poemas da coletânea inédita terra dilecta", Artiletra: JORE / Jornal revista de educação, ciência e cultura, ano XXIV, n° 128-129 (04-05/2015), p. 3
- "Meu amor pela jóia", Artiletra: JORE / Jornal revista de educação, ciência e cultura, ano XXIII (sic), n° 126-127 (12/2014), p. 14
- "Tributo a Ildo Lobo: letra de Kaká Barbosa", Artiletra: JORE / Jornal revista de educação, ciência e cultura, ano XIII, n° 61-62 (11-12/2004), p. 13
- Fragmentos: revista de letras, artes e cultura, ano IV, n° 7-8 (12/1991):
- "Konsedju'l nha mon", p. 44
- "Pa nin ki", p. 44
- "D'un i d'otu banda", p. 45
- "Na ton di pé firmi na tchon", p. 46
Recueils collectifs - Anthologies - Autres
- Christina Bielinski Ramalho (ed.), Literatura entre irmãos: Brasil e Cabo Verde, Aracaju (Brasil): Editora Brasil Casual, 2017:
- "Nossa casa em Assomada", p. n/a
- "Viajar pela pedra", p. n/a
- Erica Antunes Pereira / Maria de Fátima Fernandes / Simone Caputo Gomes (ed.), Cabo Verde, 100 poemas escolhidos, Praia: Ed. Pedro Cardoso, 2016:
- "Dimokransa", p. 123-124
- "Adversário só a secação", p. 125
- Francisco Fontes (ed.), Destino de Bai: antologia de poesia inédita cabo-verdiana, Coimbra: Saúde em português, 06/2008:
- "Tropecidades", p. 57
- "Debate", p. 58
- "Meu brinco de pedra", p. 59
- "Katinara", p. 60
- "Na mesma cruz", p. 61
- "Adversário só a secação", p. 62
- "A menina do tabuleiro", in Francisco Fontes (ed.), Tchuba na desert: antologia do conto inédito cabo-verdiano, Coimbra: Saúda em português e Autores, 11/2006, p. 67-79 (web)
Etudes critiques - Articles
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- António Chantre Neves, "Descantes da minha ribeira, estórias e contos de Kaká Barbosa", A nação: jornal independente, n° 598 (14/02/2019), p. A15
- M.B.S., "Descantes da minha ribeira: estórias e contos de Kaká Barbosa", Leitura: revista da Livraria Pedro Cardoso, n° 5 (01-03/2019), p. 7
- anonyme, "Kaká Barbosa, Caminhos cantantes", A nação: jornal independente, ano XI, n° 558 (10/05/2018), p. A17
- anonyme, "Kaká Barbosa, Caminhos cantantes, terra eleita", Leitura: revista da Livraria Pedro Cardoso, n° 2 (04-06/2018), p. 7
- António Monteiro, "Kaká Barboza regressa à poesia com Gaveta branca" (entrevista), Expressão das ilhas, 24/04/2015, en ligne (web)
- "Bai palavra dja bu grandi dja", Cimboa: revista cabo-verdiana de letras, artes e estudos (Boston), ano II, n° 4 (outuno / inverno 1997), p. 36-38 (web)
- José Tavares Gomes, "A abrir com Cacá (sic) Barbosa: música não é planta de enxertia", O país: semanário de grande informação, ano I, n° 0 (1995), p. 13