Ponto e Vírgula
(1983 - 1987)
Bref historique....
Ponto & vírgula: revista de intercâmbio cultural est un bi-mensuel qui s'inscrit volontairement dans la continuité de Claridade, Certeza, Seló... et qui veut répondre au besoin d'expression culturel du moment.
Publié entre février 1983 et décembre 1987, Ponto e vírgula connaît 17 numéros à raison d'un tirage de 1'000 exemplaire imprimé par l'incontournable Gráfica do Mindelo, Lda. (à'l'exception de n° 3, 500 exemplaires seulement), et un numéro spécial à la suite du décès d'António Aurélio Gonçalves le 30 septembre 1984, tiré à 1'500 exemplaires.
A l'origine du projet Germano Almeida, Leão Lopes et Rui Figueredo, crédité comme directeurs du premier au dernier numéro.
Quand - comment
"O P&V foi concebido um dia de tarde no meio de um chá de abacate na Alternativa e nasceu de 4 meses, mas de parto normal, praticamente sohinho..." (p. 1)
Le choix d'un nom
Dans leur édito intitulé "Da aventura poética do P&V ou de como o P&V nasceu sozinho", les créateurs racontent:
"E estavámos nessa confusão de nome, já em impasse, já se pensave inclusive que o menino ia mesmo era ficar sem nome, quando um dia nos caíu do céu uma antiga gramática de Tómas de Barros, e já aberta nas "regras de ponctuação" e já sublinhada no "ponto e vírgula". E dizia: "o P&V indica uma pausa maior que a vírgula e implica uma paragem"... que tanto pode servir para tomar fôlego, como para aclarar ideias... podendo mesmo ser utilizada para pensar. E assim, modestamente guiados pela gramática, optámos por parar e repensar a nossa cultura, a nossa vivência, a nossa identidade, a nossa maneira de estar no mundo..." (p. 2)
Pour la suite, elle est connue. Dès le premier numéro, les trois jeunes directeurs arrivent à convaincre des écrivains aussi prestigieux que Baltazar Lopes, le "père spirituel" de la littérature capverdienne, António Aurélio Gonçalves, illustre maître des mots, ainsi que Oswaldo Osório et Luis Romano, au devenir grandissant et plus que prometteur.
Le but de laisser la porte ouverte pour toute proposition de qualité permet de ne pas se cantoner à la seule littérature. Plus encore, P&V propose essentiellement des articles tout fraîchement écrit, on pourrait dire "du jour", comme miroir de la pensée contemporaine capverdienne. L'idée est bonne et audacieuse, et plus que les problèmes économiques, c'est bien elle qui entraînera l'extinction du bi-mensuel. En effet, dans l'édito du n° 15 d'octobre-décembre 1985, les trois directeurs offrent simplement à lire un compte rendu, non dénué d'humour, de leur réunion d'urgence durant laquelle ils constatent amèrement et non sans tristesse que les bons textes récents font défaut. Petit morceau choisi:
"Mas nesta parte da explanação de d2, d3 pediu um ponto d'ordem que aliás lhe foi democraticamente concedido como é de uso e tom em assembleias e no uso do seu ponto d'ordem falou daquilo que chamam do mito da intelectualidade caboverdeana.
A intelectualidade caboverdeana é uma basofaria nossa e um mito exterior - disses ele - forjado sabe Deus com que fins inconfessáveis, talvez apenas para nos dar corda. Somos todos intelectuais de trazer por casa. Quando já escrevemos 2 poemas e uma meia novela, afirmamo-nos intelectuais e saímos passeando a nova posse.
Porém o d1 retomou a palavra para dizer que tudo isso podia estar certo, podia ser bem verdade, era coisa clara a nossa basofaria intrinseca, mas a direcção ora reunida tinha operações intelectuais mais urgentes a realizar, qual fosse analisar e concluir se o P&V tinha surgido em tempo óptimo, se na altura desejada. Se se devia atribuir a falta de colaboração à rejeição do P&V pelos escreventes ou se a questão teria antes a ver com os próprios escreventes."
Au final, il semble bien que ce soit plus un problème de fond qu'un problème de trésorerie qui soit à l'origine de l'arrêt de Ponto e vírgula. Les trois directeurs ne sont pas parvenus à se mettre d'accord et à trouver un consensus qui aurait permis sa survie. En effet, outre les efforts du Prof. Jean-Michel Massa, un certain A.L., journaliste à la Tribuna, précise dans le n° 27 (10/1987): "e nós, amantes da cultura, tudo fizemos para levar mais longe a proposta, mas a crise foi mais forte".
Sur le plan pratique, les tarifs étaient au départ les suivants:
"Ao Assinante:
O assinante do P&V paga 100$00 por mês e receba uma revista de dois em dois meses, pagando assim 200$00 por algo que poderia comprar por 50$00, se tivermos em conta que o que se lhe oferece no que concerne à "Alternativa" nem a todos interssa.
Vamos, pois, dizer francamente que o assinante do P&V é alguém que nos ajuda a manter esta iniciativa e a quem, de dois em dois meses mandamos um P&V mais o nosso obrigado pelo apoio.
É que o P&V não poderá ter a desejável penetração a um preço superior e por isso o seu preço de venda é sensivelmente o seu custo de tipografia.
- Mensal - 100$00
- Semestral - 600$00
- Anual - 1'200$00
- Especial estudante - 50$00 mensais
- Venda ao público - 50$00"
A noter qu'un fascicule intitulé Viver na terra est inséré dans la revue à partir du n° 7 (01-02/1984), en "separata" jusqu'au n° 12, puis totalement intégré dans la revue à partir du n° 13 et ce jusqu'au n° 15 d'octobre-décembre 1985. Après certaines "chroniques" sont absorbées par la revue.
A visée fortement écologiste, ce fascicule offre nombre d'informations sur la construction architecturale, la sécurité alimentaire, la reforestation, les énergies renouvelables, la médecine naturelle locale par les plantes, ainsi que deux très intéressants articles intitulés:
- s.n., "Como construir um pequeno gerador eólico", n° 4-5 (07-10/1984), p. VII-X
- G. Martin / A. Mayeux, « Reflexões sobre as culturas oleaginosas energéticas. A purgueira (Jatropha curcas L.) : um carburante possível », n° 9 (10-12/1985), p. 48-53
En 2006, une excellente initiative est survenue du côté de Coimbra: le reprint intégral de Ponto e vírgula, avec un texte de présentation de Françoise Massa. Considérant la rareté insigne des exemplaires originaux disponibles aujourd'hui, ce reprint fut une bonne surprise. Malheureusement, le faible tirage fait qu'a peine une dizaine d'années plus tard, ce même reprint est lui aussi épuisé et difficile à trouver si ce n'est dans les bibliothèques. Une nouvelle édition complète serait donc la bienvenue pour rendre accessible ce fleuron de la culture capverdienne aux nouvelles générations!
Note: Le numéro 12 du reprint comporte un binz d'impression, à savoir que les pages 34 et 35 ont été reproduites 2 fois, remplaçant malencontreusement les pages 36-37, finalisant le texte de Romualdo Cruz. Nous les reproduisons au cas où, ici, en pdf.
Nous avons retranscrit l'intégralité des sommaires (non pas originaux, mais à partir des textes publiés) des 18 numéros de Ponto e vírgula, ainsi que ceux de Viver na terra, que nous proposons en pdf, ici.
Collaborateurs
Ponto e vírgula, numéro = vert // Viver na terra, numéro = violet
- Orlanda Amarilis, n° 13
- R. Antunes, n° especial
- Rui Araújo, n° 12
- Luis d'Arsolmar, n° 1
- D. Bacelar, n° 7
- Jorge Barbosa, n° 15
- Carlos Barroco, n° 17
- Filinto Barros, n° 7, 8, 9, 10-11 // n° 9
- Oliveira Barros, n° 6, 13, 15, 16
- Binga, n° 9
- Manuel da Luz Brito, n° 15
- Cabral, n° 9
- Canabrava, n° 7
- Jorge Cardoso, n° 10
- Eduardo Cardoso, n° 3
- Florentino G. Cardoso, n° 15
- Carma, n° 15
- António Carreira, n° 16, 17
- Maria Chaves, n° 17
- Cirilo, n° 9
- Julio Correia, n° 5
- R.C., n° 2
- Romualdo Cruz, n° 1, 2, 4, 5, 6, 8, 12, 17
- António Jorge Delgado, n° 5 / n° 7, 8, 9
- Deodato Delgado, n° 14
- Manuel Delgado, n° 5
- Pedro Rogério Delgado, n° 8
- Manduca / Manduka Didite, n° 3, 13
- Djibla, n° 8
- Alma Dofer, n° 17
- Vera Duarte, n° 2, (3), 4 // n° 4-5
- J. Pires Ferreira, n° 4-5, 8
- Ana Paula Fonseca, n° 14
- Armando Xavier da Fonseca, n° 7
- Manuel d'Carmo Fortes, n° 7
- Francisco Fragoso, n° 14,
- Arnaldo França, n° especial
- João Freire (de Oliveira), n° 3, 4, 14
- António Aurélio Gonçalves, n° 1, 2, 5, especial
- Luis Gouveia, n° 16
- Pedro Gregório, n° 2, 3
- Jacques Jael, n° 9, 10-11, 12
- Jocara, n° 14
- Jorge, n° 9, 12
- José Kanporta / Djusé Kamporta, n° 14, 15 // n° 6
- James H. Kennedy, n° 13, 14
- Kissanje, n° 8
- Michel Labin, n° 14
- Pires Laranjeira, n° 15
- Rendall Leite, n° 1, 2, 3, 4, 5, 6
- Lela, n° 12
- Eugénio de Lemos, n° 13
- Maria Leonor, n° 14, 17
- Armando Lima Jr., n° 3
- Mesquitela Lima, n° 6
- B.L. (Baltasar Lopes?), n° 6, 8, 10-11, especial // n° 4-5
- Baltasar Lopes, n° 1, 3, 4, 6, 9, 13, 14, 16
- João Lopes Filho, n° 2, 4, 5, 6, 9, 10-11, 12, 13, 14, 15, 16
- João Vicente Lopes, n° 6, 16, 17
- Leão Lopes / L.L., n° 2, 3, 4, 5, 9, especial, 12, 13, 14, 17 // n° 1, 3, 4-5, 6, 7, 9
- Alfredo Margarido, n° 10-11
- M.L. / Mário Lucio, n° 5, 7, 8, 12
- G. Martin, n° 9
- Luis Martins, n° 4, 5, 13
- Vasco Martins, n° 6, (7), (10-11)
- Jean-Michel Massa (traduit par Maria Santa Montez), n° 13
- A. Mayeux, n° 9
- Félix Monteiro, n° 12, 13
- Maria Rito Sousa Monteiro, n° 9
- Yolanda Morazzo, n° 17
- A. Teixera da Mota, n° 16
- Jeanine Moulin, n° 14
- Oswaldo Osório, n° 1, 6,
- Paula, n° 17
- Daniel A. Pereira, n° 4, 5, 7,
- George Roberts (traduit par Désiré Bonnaffoux), n° 7, 8, 9, 10-11, 12, 13, 15
- António Jorge Rodrigues, n° 7
- João Rodrigues, n° 16
- Luis Romano, n° 1, 4, 9, 10-11, 16
- Luis Gonzaga St. Aubyn, n° 12
- José A. Salvador, n° 9
- Manuel C. Pereira Serra, n° 16
- Luiz Silva, n° 8, 10-11, 15
- T.V. da Silva, n° 7
- Teixera de Sousa, n° 10-11
- Godofredo Stockinger, n° 2
- Sukre d'Sal, n° 9
- Dina Salústio, n° especial
- Bonaventura de Sousa, n° 14
- Lopes Talaia, n° 15, 17
- João Tavares, n° 3
- Madalena Braz Teixera, n° 17
- Teresa, n° 3
- Jorge Tolentino, n° 15
- F. Tomar, n° 3
- Nicolau de Tope Vermelho, n° 5, 7, 10-11, 14
- Arménio Vieira, n° 5, 6
- Pedro Vieira, n° 16
- Teobaldo Virgínio, n° 3, 5, 7, 8, 9, 14