Pedro Corsino de AZEVEDO
(1905 - 1942)
Biographie
Pedro Corsino Azevedo est né le 4 février 1905 à Ribeira Brava, sur l'île de São Nicolau, et meurt le 24 septembre 1942.
Fils de Maria de Sousa et de José Cabral de Azevedo, il a au moins un fils, Osvaldo de Azevedo, major des Forces armées et poète.
Elève du Séminaire-lycée de São Nicolau, qu'il n'achève pas, il devient employé de banque à São Vicente.
Atteint de la tuberculose, il est envoyé dans un sanatorium au Portugal pour se soigner, sans succès.
Son nom a été donné à Tarrafal, sur l'île de São Nicolau , à la toute nouvelle Escola Secundária Polivalente Pedro Corsino Azevedo en hommage (web), et une célébration a été faite en son honneur et celui de son fils Osvaldo à l'occasion du Dia do município da Ribeira Brava en décembre 2016 (web)
Il occupe le siège n° 17 des Patronos / Imortais da Academia Cabo-verdiana de Letras, fondée en 2013.
Oeuvres littéraires
Pedro Corsino Azevedo collabore à des périodiques tels que O mundo português, Mensagem ou Claridade.
D'après Manuel Ferreria, un recueil de poésie posthume devait être édité par les "Claridosos" sous le titre Era de ouro, mais il semble que le projet n'a pas abouti.
Quoiqu'il en soit, Pedro Corsino Azevedo apparaît à travers ses écrits comme un précurseur du modernisme littéraire capverdien, même si sa production est peu volumineuse et qu'il n'a publié aucun ouvrage.
TERRA-LONGE
Aqui, perdido, distante
das realidades que apenas sonhei,
cansado pela febre do mais-além,
suponho
mimha mãe a embalar-me,
eu, pequenino, zangado pelo sonho que não vinha.
"Ai, não montes tal cavalinho,
tal cavalinho vai terra-longe,
terra-longe tem gente-gentio,
gente-gentio come gente"
A' doce toada
meu sono caía de manso
da boca de minha mãe:
"Cala, cala, meu menino,
terra-longe tem gente gentio
gente-gentio come gente".
Depois vieram os anos,
e, com eles, tantas saudades!...
Hoje, lá no fundo, gritam: vai!
Mas a voz da minha mãe,
a gemer de mansinho
cantigas da minha infância,
aconselha ao filho amado:
"Terra-longe tem gente-gentio,
gente-gentio come gente".
Terra-longe! terra-longe!...
- Oh mãe que me embalaste!
- Oh meu querer bipartido!
Claridade, n° 4 (01/1947), p. 12
RENASCENCA
A força de quem s possui
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Sou o atleta venvido
Renascido.
Ah! Esta minha alegria
Que te deslumbra e extasia...
Sou forte como a força.
Contente como a infância.
Mundo, desafio-te!
Oh almas irmãs de minh'alma,
A mim!
Some-te, distância!
Em mim há tanta calma!...
Claridade, n° 5 (01/1947), p. 16
Bibliographie
Périodiques
- "Galinha branca", Mensagem (C.E.I.), ano XVI, n° 6 (07/1964), p. n/a
- "Abandono", Claridade: revista de arte e letras, n° 6 (09/1947), p. 16
- Claridade: revista de arte e letras, n° 5 (09/1947):
- "Liberdade", p. 15
- "Luz", p. 16
- "Renascença", p. 16
- "Terra-longe", Claridade: revista de arte e letras, n° 4 (01/1947), p. 12
- "2 poemas de Pedro Corsino Azevedo", Claridade: revista de arte e letras, n° 1 (03/1936), p. 6
Recueils collectifs - Anthologies - Autres
- "Terra-longe", in Erica Antunes Pereira / Maria de Fátima Fernandes / Simone Caputo Gomes (ed.), Cabo Verde, 100 poemas escolhidos, Praia: Ed. Pedro Cardoso, 2016, p. 45
- (IT) Roberto Francavilla / Maria R. Turano (ed.), Isole di poesia: antologia di poeti capoverdiani, Lecce: Argo, 04/1999:
- "Due poesie" (2 poemas), p. 51-53
- "Terra-lontano" (Terra-longe), p. 53-54
- "Terra-longe", in Salvato Trigo (ed.), Matrilíngua: antologia de autores de língua portuguesa, vol. II, Viana do Castelo: Câmara municipal de Viana do Castelo, 1997, 216-217
- Lúcia Cechin (ed.), Cabo Verde, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe: poesia e conto, Porto Alegre (Brasil): UFRGS, 1986:
- "Terra-longe", p. 81
- "Abandono", p. 82
- "Terra-longe", in Mário de Andrade (ed.), Antologia temática da poesia africana (vol. I: Na noite grávida dos punhais; vol. II: O canto armado), Lisboa: Sá da Costa, 1975, p. 28-29
- Manuel Fereira (ed.), No reino de Caliban: antologia panorãmica da poesia africana de expressão portuguesa (vol. I: Cabo Verde / Guinée-Bissau), Lisboa: Seara Nova, 1975:
- "Terra-longe", p. 119; 1988, p. 119-120
- "Luz", p. 120; 1988, p. 120
- "Renascença", p. 120-121; 1988, p. 121
- "Abandono", p. 121-122; 1988, p. 121-122
- "Conquista", p. 122; 1988, p. 122
- "Liberdade", p. 122-123; 1988, p. 122-123
- "Galinha branca", p. 123-125; 1988, p. 123-125
- (FR) "Terre lointaine" (Terra longe), in Mario de Andrade (ed.), La poésie africaine d'expression portugaise, Honfleur: ed. Pierre Jean Oswald, 1969, p. 41
- "Terra longe", in Mário de Andrade (ed.), Literatura afrícana de expressão portuguesa, vol. 1: poesia, Alger (Algérie): n/a, 1967 (reprint: Lendeln: Kraus Reprint, 1970), p. 14-15
- Jaime de Figueiredo (ed.), Modernos poetas cabo-verdianos: antologia, Praia: Edições Henriquinas Achamento de Cabo Verde, 1961:
- "Poema", p. 69
- "Liberdade", p. 70
- "Renascença", p. 71
- "Terra-longe", in José Osório de Oliveira (ed.), Poesia de Cabo Verde, Lisboa: Agência geral das Colónias, 1944, [p. 43-44]
Études critiques - Articles
- Francesca Medaglia, "Elementi di poetica creola in una poesia di Pedro Corsino Azevedo", Palaver (Lecce), n.s., n° 1 (2012), p. 99-117 (web)
- Osvaldo Azevedo, "4/2/1908 a 24/9/42: Pedro Corsino de Azevedo", Artiletra: JORE / Jornal revista de educação, ciência e cultura, ano XVI, n° 83 (06/2007), p. 6
A noter qu'en 2014 est sorti un documentaire de Jean Gomes sur le fils de Pedro Corsino Azevedo, intitulé Osvaldo Azevedo, o velho caminheiro (web)