Mario Lucio SOUSA
né en 1964

Biographie


Lúcio Matias de Sousa Mendes, plus connu sous le nom de Mário Lúcio Sousa ou encore Izé, est né le 21 octobre 1964, à Tarrafal, sur l'île de Santiago.
Fils de Maria Eduarda Gomes de Sousa (-1979) et de Domingos Mendes (-1976), il épouse Anita Cristina Avelino Koenig Monteiro Pinto.
A l'âge de 12 ans, il perd son père,et trois plus tard, sa mère. A 12 ans, il est adopté comme pupille par les Forces armées et devient interne dans un quartier, anciennement camp de concentration de Tarrafal, sous la tutelle de l'Etat major des dites Forces armées, afin d'avoir une éducation qui sera développée dans le domaine musicale considérant ses aptitudes précoces.
Sa scolarité s'effectue à Tarrafal, puis à Praia, au Liceu Domingos Ramos, grâce à l'obtention d'une bourse d'Etat.
Par la suite, il entre à l'Université du Cap Vert pour suivre une formation de professorat (EFPES). Mias en 1984, il obtient une bourse pour étudier à l'université à La Havane où il obtient une licence en Droit.
Il retourne au Cap Vert en 1990 et devient avocat. 
Mais surtout, il s'adonne à sa passion, la musique, et un peu à la politique.
Conseiller du Ministre de la Culture ou des commissions pour l'Exposition universelle de Séville en 1992 et celle de Lisbonne en 1998.  Il est élu député à l'Assemblée nationale de 1996 à 2001. Puis il devient Ministre de la Culture de 2011 à 2016.
En 2006, il est décoré de l'Ordem do vulcão par le Président de la République, en même temps que Césaria Evora, et devient ainsi le plus jeune artiste à l'avoir reçue.
En 2017, il reçoit la Medalha do mérito de 1o grau  pour son activité culturelle.
Sur le plan musical, il est co-fondateur du groupe Simentera et serait à l'origine du virage pris par la musique capverdienne dans le domaine accoustique.
Multi-instrumentiste et compositeur, Mario Lucio Sousa réalise et arrange nombre d'albums d'artiste de par le monde.
Il s'adonne, en plus de la musique à l'écriture, au théâtre (dramaturgie) ou encore à la peinture.

Pour plus d'information, on consultera son site web: http://www.mariolucio.com et barrosbrito.com.

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Œuvres littéraires


Mário Lúcio Sousa a écrit plusieurs ouvrages, aussi bien de poésie, de fiction ou de théâtre.
Durant ses études au lycée, à Praia, il est collaborateur au journal Voz di povo, puis publie dans les revues capverdiennes Mudjer, Ponto e vírgula ou encore Fragmentos, dont il est le "représentant" à Cuba. Par la suite, de retour au Cap Vert, il cofonde le groupe Jovens amantes da literatura et tente de lancer, sans succès, une revue intitulée Dibês. Il intégre enfin le groupe Movimento pró-cultura.
En 2000, il reçoit le Prémio do Fundo bibliográfico de língua portuguesa pour son roman Os trinta dias do homem mais pobre do mundo, ainsi que le Prémio PALOP. Et pour O novíssimo testamento, il obtient le Prémo Carlos de Oliveira (Portugal) en 2009, ainsi que le Prémio Miguel Torga (Coimbra) en 2015 pour Biografia do Língua.

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PESCADOR QUE SONHA E PESCA

Alma que morre com salitre
no nó da garganta
com sonhos que são
salpicos de água no anzol de luar

Morre com a carcaça no peito
e linha na mão
pescado no sonho
e... salpicos de água e sonho
nos olhos...

Bota a linha
e morre sonhando
com o peito cheio de peixes graúdos
com olhos de mulher e filhos
dinheiro e pão

E morre ainda pescando
com a linha presa na mão

Setembro de 1983

in Mirabilis, 1998, p. 403

O BEIJO

O conceito beijo à indefinível
e se parece ao número quatro
ou ao número dois
ou ao número um.
Os antigos (adjectivo intemporal para o saber)
já me disseram que enquanto dormimos aqui
estamos acordados noutro lado
e que assim
cada homem são dois homens.
E evoco a Plutarco para confirmar que
o homem de ontem morreu no de hoje,
o de hoje morre no de amanhã.
Eu descobri para espanto de mim mesmo
que o Homem foi tudo
e que depois de tudo
tudo tem sido homem.
Há coisas admiráveis: por exemplo que num
morto,
a boca esteja tão perto da orelha
e não possa confidencia-la-nada.
Como explicar um beijo?
Se qualquer explicação de um beijo é menos
que um beijo.

in Mirabilis, 1998, p. 398

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Bibliographie


Œuvres

  • A últim lua do homem grande, Lisboa: Dom Quixote, 05/2022, 264 p., 24 cm.
  • O diabo foi meu padeiro, Lisboa: Dom Quixote, 09/2019, 328 p., 24 cm
  • Meu verbo cultura: escritos amorosos sobre o desenvolvimento, Salvador (BA): EDUFBA, 2016, 255 p., 24 cm.
  • Biografia do língua, Alfragide: Dom Quixote, 2015, 310 p., 24 cm.: romance
  • Adão e Eva, 2011: teatro
  • O novíssimo testamento: e se Jesus ressuscitasse, mulher?, Alfragide: Dom Quixote, 2010, 324 p., 24 cm.: romance
  • Teatro, (Cabo Verde): Teatro Cabo Verde, 2008, 218 p., 20 cm.
  • Um homem, uma mulher e um frigorífico, 2007: teatro
  • Vinte e quatro horas na vida de um morto, 2006: teatro
  • Sozinha não palco, 2004: teatro
  • Salon, Praia / Mindelo: Centro cultural português, 2004, 55 p., 21 cm. (coll. Teatro)
  • Vidas paralelas, Mindelo: Ilhéu Editora, 12/2004, 115 p., 21 cm.: novela
  • Adão e as sete pretas de fuligem, 2001: teatro
  • Os trinta dias do homem mais pobre de mundo, Mindelo: Ilhéu Editora, 2000, 178 p. (coll. Estóreas): contos
  • Para nunca mais falarmos de amor, Mindelo: Artiletra, 06/1999, 91 p.: poesia
  • Sob o signos da luz, Praia: Spleen Edições, 1994, n.p. (54 p.): date vérifée 1994, non 1992
  • Nascimento de um mundo, Praia: ICLD, 02/1991, 35 p., 21 cm. (coll. Poesia)

Périodiques

  • "O homem que comeu o ano novo", Artiletra: JORE / Jornal revista de educação, ciência e cultura, ano XX, n° 111 (12/2011 - 01/2012), p. 17
  • "Quando Papai fez cem anos", Artiletra: JORE / Jornal revista de educação, ciência e cultura, ano XX, n° 110 (11-12/2011), p. 22
  • "À procura do memo: Mãe extra", Artiletra: JORE / Jornal revista de educação, ciência e cultura, ano XVIII, n° 89-90 (04-05/2008), p. 6
  • "Poemas de ilustraçaõ: 9-12 / 22-23 / 30 / 33-35 / 40 / 45 /55", Artiletra: JORE / Jornal revista de educação, ciência e cultura, ano XIII, n° 65 (12/2004 - 01/2005), p. 3
  • "São Nicolau (in Nascimento de um mundo)", Artiletra: JORE / Jornal - revista de educação, ciência e cultura, ano X, n° 41 (12/2001), p. 2
  • (SE) I ljusets mittpunkt dansar ljuset; Mellanspel; Lampan; J Araújos död ; Morgon, s.l.: Karavan, n° 3 (1999), n/a p. (trad. Marianne Eyre)
  • "Versos roubados a uma esquina: Resumo dos meus dias / A minha porta / Dois versos à Silvya, minha Coelha, O beijo", Fragmentos: revistas de letras, artes e cultura, n° 9-10 (05/1993), p. 32-33
  •  Fragmentos: revista de letras, artes e cultura, ano IV, n° 7-8 (12/1991):
  1. "Eva e eu", p. 37
  2. "O verdadeiro credo", p. 37
  3. "D'eus", p. 37
  4. "Genesis e apocalipsis", p. 37
  5. "Para quê o título?", p. 37
  6. "In memoriam", p. 37
  7. "A menina do Japão", p. 37
  8. "Desflorar", p. 37
  9. "Sapiens", p. 37
  • "Pescador que sonha e pesca", Ponto e vírgula: revista di intercâmbio cultural, n° 7 (01-02/1984), p. 23

Recueils collectifs - Anthologies - Autres

  • Amosse Mucavele (ed.), A arqueologia da palavra e a anatomia da língua: antologia poética, Maputo: Revista de literatura moçambicana e lusófona, 2013:
  1. "Poemas da ausência desmedida", p. 134
  2. "sans titre (Quando é que uma asa sozinha)", p. 135
  • Francisco Fontes (ed.), Destino de Bai: antologia de poesia inédita cabo-verdiana, Coimbra: Saúde em português, 06/2008:
  1. "De cara com o infinito", p. 293
  2. "Amor", p. 294-295
  • "Ela e o espelho", in Francisco Fontes (ed.), Tchuba na desert: antologia do conto inédito cabo-verdiano, Coimbra: Saúda em português e Autores, 11/2006, p. 229-236
  • M.L.S. (ed.), A partilha do indivisível: imagens dos objectivos do milénio a partir de Cabo Verde, Lisboa: Associaçõ 
  • José Vicente Lopes, Cabo Verde: os bastidores da Independência, Praia: Spleen Edições, 2002, 729 p.: "ca. Mário Lúcio Sousa"
  • (SE) Karavan: litterär tidskrift på resa mellan kulturer, n° 3 (1999), p. 92-93 (övers Marianne Eyre):
  1. "I ljusets mittpunkt dansar ljuset (Au centre de la lumière)"
  2. "Mellanspel (La lumière danse)"
  3. "Lampan (La lampe)"
  4. "J Araújos död (La mort de J. Araújo)"
  5. "Morgon (Le matin)"
  • José Luís Hoppfer Cordeiro Almada (ed.), Mirabilis de Veias ao Sol: antologia dos novíssimos poetas cabo-verdianos, Lisboa: Caminho, 1988 (2a ed. 1991 / 3a 1998):
  1. "Sonhando", p. 374
  2. "III poema de amor: distância", p. 375; 1998, p. 394
  3. "VII poema de amor", p. 376; 1998, p. 395
  4. "Canto cantiga muda", p. 377-378
  5. "Título perdido", p. 379
  6. "Requiem", p. 380
  7. "Pescador que sonha e pesca", p. 381; 1998, p. 403
  8. "Tempo", p. 382
  9. "Versos roubados a uma esquina", -; 1998, p. 396
  10. "1", -; 1998, p. 397
  11. "2: a minha porta", -; 1998, p. 397
  12. "O beijo", -; 1998, p. 398
  13. "3", -; 1998, p. 399
  14. "Eva e eu", -; 1998, p. 400
  15. "In memoriam", -; 1998, p. 401
  16. "Desflorar", -; 1998, p. 402

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Études critiques


  • anonyme, "Mario Lúcio celebra 40 anos de carreira musical", A nação: jornal independente, ano XII, n° 630 (26/09/2019), p. 17
  • "Jotacê à conversa com Mário Lúcio Sousa: aprendi a acreditar mais no que não sei do que no que sei, porque aquilo que não sei é muito maior... (entrevista)", Expresso das ilhas, n° 930 (25/09/2019), p. 24-25
  • José Rodrigues, "Biografia do língua  de Mário Lúcio Sousa: contar histórias para criar mundos", Leitura: revista da livraria Pedro Cardoso, n° 7 (07-09/2019), p. 34
  • Catarina Martins, "Recreating african futures through literary imagination. The newest gender, racial, national and african identities as revealed in Mario Lúcio Sousa's O novissimo testamento", African Sociological Review, vol. 19, N° 1 (2015), p. 34-42
  • Christina S. McMahon, "Sozinha no palco: circulation and race reflexivity in the theatre of Mário Lúcio Sousa", Academic journal, vol. 51, n° 1 (22/12/2014), p. 80-105 (web)
  • Ricardo Silva Ramos de Souza, "Mário Lucio Sousa - Para nunca mais falarmos de amor", A nação, n° n/a (10/03/2011), p. 10
  • "Mário Lúcio ganha Prémio PALOP", Horizonte, ano II, n° 68 (2000), p. 27
  • Mario Fonseca, "Poesia em Cabo Verde: Vera Duarte e Mário Lúcio", Palaver: culture dell'Africa e della diaspora  (Lecce), n° 9 (1996), p. 67-78
  • Vera Duarte, "Nascimento de um mundo  de Mario Lucio Sousa", Fragmentos: revistas de letras, artes e cultura, ano IV, n° 9-10 (05/1993), p. 126-130

Nascimento...

(1991)

Sob os signos...

(1994)

Para nunca...

(1999)

Os trinta dias...

(2000)

Vidas paralelas

(2004)

Salon

(2004)

Novissimo Testamento

(2010)

Biografia do Lingua

(2015)

Meu verbo cultura

(2016)

O diabo foi meu padeiro

(2019)

A última lua...

(2022)

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