Francisco António TOMAR
alias Sukre d'Sal... 
né en 1951

Biographie

Francisco António Tomar, alias Sukrato, Sukre d'Sal ou encore Chico Tomar, est né le 1er juillet 1951, à São João Baptista, sur l'île de Boa Vista.
Encore bébé, il déménage avec sa mère sur l'île de Sal où il effectue sa scolarité, y achevant le cursus généra à l'Externato do Aeroporto do Sal. Puis, il poursuit le cursus secondaire à Mindelo, au Liceu Gil Eanes. Après quoi il entreprend des études à l'Instituto superior Técnico de Lisbonne, sans pour autant parvenir à achever sa formation.
Il vit actuellement sur l'île de Sal.


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Oeuvres littéraires


Il collabore aux périodiques Repique do Sino  (Boa Vista), Presença crioula  (Lisbonne), Morabeza  (Rio de Janeiro), Nôs vida  (Holanda), Voz di povo  (Praia), Artiletra  (Praia).
Il a publié à ce jour deux recueils de poèsies: Horizonte aberto: poemas  (1974-1975) et Poesia, vivencias e fantasias  (2017), qui regroupe des poèmes de 1971 à 2014, en trois parties:

  1. "Prelúdio, poemas de luta"
  2. "Amor e outras estações"
  3. "Vivências e sentimentos"

Il a eu un projet de pièce de théâtre intitulé "Distino na Palma d'Mon" qui, semble-t-il, n'a pas abouti.

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NÃO ME LAVEM O ROSTO

Não me lavem os olhos!
Não; já disse, não!
Deixai-me ver,
sentir, viver tudo em mim
mas não me lavem os olhos!

Deixai-me crer por mim
aceitar a realidade
mas não me barrem a caminhada
não me lavem os olhos!

Deixai-me sofrer realidade
ao sonhar fraternidade
mas... por favor...
não me lavem os olhos!

No reino de Caliban I, 1988, p. 249


RECORDACÃO

Se o marinheiro
ao deixar o porto amigo
leva sempre consigo
uma triste lembrança...
Uma ilusão...
Eu, mais que tudo isso,
Ao beijar-te a fronte querida
na hora da despedida,
lego-te esta imagem de saudade
E, quando me afastar,
Se a vida me deixar,
E a fé teimou chegar,
De teus lábios ouvirão...

No reino de Caliban I, 1988, p. 249-250



INQUIETACÃO

Sedento...
fui à taça dos desenganos
e bebi a dose poção das realidades.

Depois de afastada a névoa que me ofuscava a visão...
Pude contemplar com esforçada serenidade
a grande miséria da nossa resignação inconformada.
Já não vejo a vida!
Sinto em mim a revolta da alma
desesperada sede de inovação;
Vejo-me condenado à inquietação
enquanto não se proceder
             à desejada promoção.

No reino de Caliban I, 1988, p. 250


Bibliographie


Oeuvres
  • Poesia, vivências e fantasias, Sal: Ideia Prática - Ed. do autor, 2017, 162 p.
  • Amdjers: opúsculo com poemas, Mindelo: Gráfica do Mindelo - Ed. do autor, 1977, n/a p.
  • Sukre d'Sal, Horizonte aberto: poemas, Lisboa: Via Editora - Ed. do autor, 1975, 63 p. (Coll. Literatura de combate, n° 1)
Périodiques
  • Cimboa: revista cabo-verdiana de letras, artes e estudos  (Boston), ano V (III?), n° 6 (verão 1998): (web)
  1. "Fixaçon", p. 38
  2. "A meu filho poeta", p. 39
  • Arquipélago: revista de opinião e cultura, ano III, n° 10 (12/1988):
  1. "O melhor poema", p. 30
  2. "Alvorada", p. 30
  3. "Do lado de cá da rosa", p. 31
  4. "Poesia III: Ao Beto (Alberto Cardoso Correia e Silva)", p. 31
  5. "Chamada di Merka", p. 32
  6. "Morininha di Lem", p. 32
  7. "Valsa de Aguinaldo Fonseca", p. 32
  • Arquipélago: revista de opinião e cultura, ano III, n° 9 (05/1988):
  1. "Poema", p. 39
  2. "Poesia", p. 39
  3. "Confuso", p. 40 
  • "Crepúsculo que não viu aurora", Ponto e vírgula: revista de intercâmbio cultural, n° 9 (05-06/1984), p. 26-28
  • n/a, Vozes: revista de cultura, vol. 70, n° 6-10 (1976), p. n/a
  • Sukre d'Sal, "Na grande hora", Nô Pintcha, n° n/a (02/08/1975), p. n/a
  • à préciser...
Recueils collectifs - Anthologies - Autres
  • "Recordação", in Salvato Trigo (ed.), Matrilíngua: antologia de autores de língua portuguesa, vol. II, Viana do Castelo: Câmara municipal de Viana do Castelo, 1997, p. 240
  • "Não me lavem o rosto", in Lúcia Cechin (ed.), Cabo Verde, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe: poesia e conto, Porto Alegre (Brasil): UFRGS, 1986, p. 85; il se pourrait que Cechin ait aussi attribué les poèmes de Tacalhe à Sukrato (d'après le site Memórias de África)!
  • Luís Romano (ed.), Contravento. Antologia bilingue de poesia cabo-verdiana, Taunton (MA / USA): Atlantis Publishers, 1982:
  1. Sucre d'Sal, "Sonhe pa nha terra / Sonho para a minha terra", p. 126-127
  2. Sucre d'Sal, "Ambiente (Dja d'Sal) / Ambiente (ilha do Sal)", p. 128-129
  3. Sucre d'Sal, "Identificaçon / Identificação", p. 130-131
  • Sukre d'Sal, "Na grande hora", in Mário de Andrade (ed.), Antologia temática da poesia africana  (vol. II: O canto armado), Lisboa: Sá da Costa, 1979, p. 170-172
  • Manuel Fereira (ed.), No reino de Caliban: antologia panorãmica da poesia africana de expressão portuguesa  (vol. I: Cabo Verde / Guinée-Bissau), Lisboa: Seara Nova, 1975 (3a ed. 1988):
  1. "Não me lavem o rosto", p. 255 (1988, p. 249)
  2. "Recordação", p. 255-256 (1988, p. 249-250)
  3. "Inquietação", p. 256 (1988, p. 250)

Etudes critiques


  • "Ilha do Sal: Francisco Tomar dá à estampa a sua mais recente obra literária intitulada Poesia, vivências e fantasias", Inforpress: agência cabo-verdiana de notícias, n° n/a (18/10/2017), en ligne (web)
  • Gerald Max Joseph Moser / Manuel Ferreira, Bibliografia das literaturas africanas de expressão portuguesa, n° 285 (1983), p. 240 et 307

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